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domingo, 24 de julho de 2011

A Pastoral da Criança e eu...

Minha relação com a Pastoral da Criança em Angola começou no dia 18 de junho, quando participei de uma reunião do grupo no Seminário Dom Bosco, no município de Sabizanga/Luanda. No encontro tive a oportunidade de conhecer várias mulheres, grande parte vendedoras ambulantes, algumas domésticas e poucas donas de casa. Me apaixonei pela intensidade do trabalho desenvolvido e resolvi ali que queria contribuir, mesmo que com pouco.
Então no último final de semana fui conhecer o trabalho mais de perto. No sábado a irmã Enedir me apanhou às 6 da matina (sono profundo, afinal sexta-feira é igual em toda parte do planeta). Fomos ao município de Cazenga, onde um grupo de 30 pessoas nos esperavam, sua maioria mães de família, haviam apenas 2 moças e 3 rapazes no grupo, o que já mostra que a juventude angolana está começando a querer participar das mudanças de sua comunidade.

O PRIMEIRO ENCONTRO
O encontro que começou às 8 da manhã, era para fazer uma avaliação da participação dos membros da Pastoral na última campanha de vacinação contra a pólio, realizada nos dias 8, 9 e 10 de Julho. Na oportunidade estavam presentes uma representante do Governo Provincial de Luanda e uma representante da OMS. O trabalho terminou às 2 da tarde, e sem água ou qualquer tipo de alimento, ninguém foi embora ou reclamou em algum momento. Fiquei lembrando dos treinamentos no Amazonas, que confusão. Sei que as condições dadas aqui não são as melhores, muito pelo contrário, mas o que me marca é que mesmo assim as pessoas participam com grande interesse e dedicação de um trabalho que é voluntário, pelo simples fato de querem melhorias para sua família e comunidade.
A MISSA
No domingo assisti a missa mais linda da minha vida, cantada em línguas nacionais…me emocionei do início ao fim. Uma igreja grande, com mais de mil fiéis, todos com roupas de missa. O coro puxava as músicas e a igreja toda continuava.  Os instrumentos usados eram um batuque (espécie de tambor) e um chocalho, além das palmas em ritmos variados e que ajudavam a compor o som mágico da missa. Nunca vi algo tão profundo, aquelas vozes cantando algo que não faço ideia do que seja me tocaram na alma.
No final da missa, quando todos saem da igreja, entram as crianças, é a celebração especial feita para elas. Acredito que tinham bem mais que duas mil crianças, numa gritaria e correria que nem muita reza daria conta.

O SEGUNDO ENCONTRO
Ainda no domingo, ao término da missa por volta das 9h (2h de missa), fomos para a casa das irmãs para um segundo encontro com os membros da Pastoral. Dessa vez elas iam me contar sobre seu trabalho…Indescritível os depoimentos, pena que não filmei. Mas não o fiz de propósito, queria que se sentissem a vontade, e assim o foi. Depoimentos simples e cheio de verdade, verdade de um povo sofrido, mas cheio de esperança. Este encontro foi até o meio dia. Dessa vez rolou bolachas e chá!
MEU COMPROMISSO
- Realizar uma oficina sobre comunicação em saúde e mobilização social nos dias 13 e 14 de agosto.
- Realizar encontros com rodas de conversa sobre diversos temas da saúde.
- Fazer um vídeo com depoimentos que mostrem o trabalho da Pastoral.
- Fazer um projeto para a construção de uma cozinha de alimentação e nutrição para que as mães da Pastoral possam ensinar outras mães como preparar multimistura, que vem salvando muitas vidas das crianças na comunidade.
- Apresentar o projecto no Brasil e tentar de alguma forma o patrocínio para construção da cozinha, pois o terreno já foi doado.

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