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segunda-feira, 10 de outubro de 2011

Que venha 2012


Sempre que se aproxima o final do ano começo a pensar no que eu quero fazer diferente no ano seguinte. Para isso tenho que avaliar como foi o ano atual e ver o que objetivos alcancei e quais não consegui para poder reprogramar tudo.

Sempre acreditei em sonhos, mas sempre soube que teria que correr atrás deles para que se tornassem realidade. Sempre sonhei, a vida inteira mentalizei o que eu queria fazer, o que queria ser, mas não sabia como fazer para alcançar. Engraçado como a vida foi me levando para onde eu queria, as vezes por caminhos tortos, algumas vezes com sofrimento, com dor, com tristeza, mas sempre, sempre com a certeza de que Deus me guardava algo especial.

Sorte é algo que nunca entendi muito bem, mas hoje acho que é o que tive e tenho, sorte. Sorte de ter nascido filha do Pedrão e da Lubélia. Sorte de ter tido 2 irmãos e 1 irmã completamente diferentes de mim, mas que ao mesmo tempo éramos tão unidos que nos complementávamos nas nossas diferenças.

Meus pais...

A história da vida dos meus pais me ajudaram a refletir sobre os valores da vida que tenho hoje. Meu pai com mais ou menos 12 anos saiu de casa para trabalhar, passou fome, frio e com pouco ou quase nenhum estudo foi vencedor na vida. Volta e meia lembro de suas histórias que sempre pedimos para que conte novamente, só para manter fresca na mente que não passamos por nenhuma dificuldade. Uma delas é que ele dormia na frente de um bar e pela manhã ajudava a limpar as mesas para conseguir um prato de comida, com  o tempo o dono do bar já confiava nele que o deixava dormir no depósito que ficava nos fundos, começou assim sua vida de comerciante do ramo alimentício.

Minha mãe uma guerreira, aos 5 anos foi morar com o pai e os 2 irmãos, um deles, o mais velho com síndrome de down. Ficaram 7 anos sem sequer ter notícias da mãe. Mamãe conta que até os 12 anos ficava procurando a mãe em qualquer lugar, qualquer rosto feminino. Do colégio interno, para onde foi aos 8 anos, só  lembra da cama em que ficava chorando sem parar. 

Os dois juntos lembram das vezes que procuravam moedas em todos os cantos da casa para comprar pão. Do taxi do meu pai que levava junto meu irmão mais velho dentro da banheira para poder trabalhar, pois minha mãe estudava. Das noites em claro que minha mãe passou lavando roupa para poder deixar nosso leite no dia seguinte. São muitas as histórias que permeiam o que sou hoje.

Avaliando 2011...

Esse ano sim foi difícil, meu Deus como pensei que ele não chegaria ao fim. Iniciamos o ano com a internação do meu avô, foram 4 meses intensos de tristeza e dor, que culminaram com seu falecimento, o que nos deixou com a dor da saudade eterna. Entre a internação e o falecimento do meu avô, perdi meu querido e amado padrinho que sofria há pouco mais de um ano com um câncer que tomou conta de seu corpo. Duas perdas que me abalaram profundamente. Duas imagens que marcaram na minha mente e coração, o momento em que vi meu avô no caixão e o momento em que vi o último suspiro do meu padrinho...e ali se foram 2 homens que marcaram minha vida pra sempre.

Este ano tava marcado para me oferecer emoções fortes. Entre perdas e ganhos, tive boas surpresas e algumas novidades não tão boas. O presente de ir para Angola fazer algo que sempre sonhei foi uma das maiores alegrias que já tive na vida. A volta à Manaus trouxe um peso que não imaginava que sentiria...tive que fazer escolhas, duras escolhas, sofridas escolhas, mas sei que o que vem por aí é melhor, por isso sigo adiante.

Hoje me sinto mais forte, mais segura. Ainda não tão certa do que quero, mas certa do que não quero. Esse final de ano será dedicado a mim. Mudei um pouco o estilo de vida, de alimentação, aos poucos estou tentando tirar a preguiça eterna que toma conta do meu ser para dar lugar a um novo ser que ainda não sou...rs.

O ano ainda não acabou, ainda tenho alguns pontos para colocar em alguns “is”, mas como diz aquela batida frase que circula no face: ‘Deus faz hoje e entendemos amanhã’. Não to com pressa, tem coisa que aconteceu há séculos que não entendemos até hoje. Que venha 2012, to preparada.

quarta-feira, 31 de agosto de 2011

Despedida - parte I

Hoje por volta das 8:40 começou a cair uma garoinha bem fininha em Luanda. Isso aconteceu quando fechei minha conta na pensão Soleme. Não tava frio, mas nublado como um dia de cacimbo. Ao sair ouvi o som de um banda de música que passava na rua da Assembléia, que fica ao lado da Soleme, Rua do MPLA(Movimento Popular para Libertação de Angola - principal partido político...etc,etc).

Me emocionei, linda despedida!

domingo, 28 de agosto de 2011

O pior de Angola


Sempre que me perguntam quais os problemas que Angola tem, eu digo, os mesmos de todas as grande cidades, ou seja, desigualdade social, uns com tantos outros com tão pouco. Isso claro gera uma série de outros problemas gerados pelo descaso das autoridades locais. São tantos problemas, lixo, saúde, saneamento, escolas, etc, etc, etc...

No Brasil temos os mesmos problemas, com proporções diferentes claro, não temos a mesma história...

Hoje voltando do almoço a pé com minha amiga paraguaia, Maria José, vimos uma mãe em desespero pela perda de seu filho. A mulher, uma jovem mulher berrava desesperadamente: meu filho ê, meu filho ê. Toda sujo de ter ficado noites e noites do lado de fora do hospital pediátrico aguardando para receber a alta do seu filho, ela chorava e gritava, até que desmaiou.


Outras 3 senhoras a acompanhavam, uma delas era a mãe, ou seja, avó da criança, eu passava e observei tudo sem perguntar nada, não tinha como e nem precisava, já sabia o que tinha acontecido, ela é uma das 14 mães que perdem seus filhos diariamente só no Hospital Maria Pia. Sim, 14 crianças menores de 5 anos morrem por dia só nesse hospital por várias causas, diarréia, malária, meningite, dentre muitas outras causas definidas ou não.

Aquilo acabou comigo, apagou de dentro de mim toda a alegria que eu tinha naquele momento e não pude segurar o choro, que me saiu. Doeu dentro de mim o desespero daquela mãe, doeu dentro de mim o desespero de todas as outras mães que perdem seus filhos todos os dias por falta de auxílio médico, por falta de condições de moradia digna.

Hoje me dei conta o pior de Angola, as condições de vida das crianças que nascem e são jogadas a sorte de viver ou não. Sei que no meu país temos muito o que mudar, mas dentro de mim acho que meu lugar é aqui, por enquanto, ou enquanto me quiserem aqui, ou enquanto eu for necessária aqui, ou enquanto Deus me der forças para encarar esse tipo de situação e seguir adiante para mudar um pouco da vida dessas crianças.

Me sinto intensamente ligada à tudo isso, não sei se pela herança deixada pelo meu avô paterno ou por algo que ficou bem mais lá trás. Queria parar e consolar aquela mulher, dizer que eu entendo o que ela tá passando, oferecer algo, uma água talvez...Mas a verdade é que não sei o que ela tá passando, não faço idéia, não tenho filhos, não sou angolana, não sei onde ela vive, não sei o que a aguarda...

segunda-feira, 22 de agosto de 2011

Hoje conheci a dona da casa em que me hospedo, a vó Maria Eulália, mãe das donas da pensão Soleme: Maria Antônia, Maria Eugênia e Maria Paulina, umas figuras. Enfim, a vó, como é carinhosamente chamada por todos, tem seus básicos 104 anos...isso, 104 anos e o mais legal, lúcida.

Estou aqui há algum tempo, já sabia dela mas tinha vergonha de me convidar para subir e conhecê-la, já que fica na parte de cima da casa. Como recebi o convite hoje, não pensei duas vezes. A vó é uma gracinha, fica na cadeira muito bem agasalhada, cheia de almofadas e muito bem penteada.

Ela teve 10 filhos e criou um dos filhos que o marido teve fora do casamento. Antônia me contou que ela tem a personalidade forte, ninguém pode contrariar a senhorinha, que diz, essa casa é minha.

Cheguei, cumprimentei, me apresentei e disse, vim conhecer a senhora pois é muito importante aqui nessa casa, queria muito conhecê-la. Ela olhou pra mim, sorriu...olhou pro lado, onde estava sua cuidadora e disse: ela é muito simpática. Depois complementou...e bonita. Sabe que ouvir isso dela é melhor do que de qualquer pessoa pois ela sim não precisa mentir...rs.

Me sinto muito feliz em ter conhecido a vó Maria Eulália, nunca pensei em conhecer alguém com 104 anos, sinto uma alegria imensa que não sei explicar.


sexta-feira, 12 de agosto de 2011

Curiosidades Angolanas

GANGUELA é uma língua muito falada em várias partes do país e aqui em Kuando Kubango é a mais falada depois do português. Em KK cada filho que nasce recebe um nome que é como um signo que determina quem nasceu primeiro, tipo:
Primeiro filho: Ndala
Segundo filho: Samba
Terceiro filho: Cambinda
Quarto filho: Cassanga
Quinto filho: Cativa
A mesma coisa para as mulheres, só que os nomes são diferentes. Eu seria Camilla Sá Freire da Silva Kakuhu
Primeira filha: Intumba
Segunda filha: Mutango
Terceira filha: Kakuhu
Quarta filha: Mbaco

terça-feira, 2 de agosto de 2011

Crianças desmaiam em escolas de Angola. O que se passa?

Estou muito impressionada com o constante desmaio de crianças nas escolas de Angola. Não sei direito o que está acontecendo mas é algo muito grave.
Na semana passada, quando ainda estava em Saurimo, ouvi alguns comentários sobre o desmaio de várias crianças em2 escolas de Luanda. Estranhei, mas como não consegui ter acesso aos meios de comunicação me pareceu um daqueles boatos que passa de boca em boca e vai crescendo.
Hoje tive uma reunião em Cazenga, município da província de Luanda. Em meio a reunião ouço sirenes e o médico que conversava comigo saiu e voltou com a notícia: 180 crianças desmaiaram na escola e estavam sendo levadas ao hospital. Ele precisou interromper a reunião para ir ao hospital, acredito que para ajudar a socorrer as vítimas. A escola fica bem atrás da repartição de saúde, local onde estávamos reunidos. Ao sair do prédio percebi muito tumulto nas ruas e todos comentando o ocorrido.
A história ouvida em Saurimo me impressionou, mas não dei muita atenção por pensar se tratar de boato, já que no mês anterior houve um boato de que um grupo de pessoas soropositivas estavam entrando em escolas com seringas ‘teoricamente infectadas’ ameaçando as crianças, principalmente mulheres.
Hoje, quando meio que presenciei o ocorrido, fiquei chocada e sem saber o que pensar. Conversando com o motorista, não percebi indignação, parece que está acostumado a esse tipo de coisa,  que não sei nem definir o que é. Atentado? Ameaça? Protesto? Fico eu com minhas dúvidas.
Resolvi pesquisar na internet notícias sobre esse assunto, e quem procura acha. Achei pouca coisa, apenas a constatação de que isso é uma constante e não casos isolados. E também não acontece somente em Luanda, mas em outras províncias como Cabinda e Cunene.
Quem será que está investigando isso, se é que estão. De acordo com os jornais, desde o início do ano vários casos desse tipo foram registrados e nenhum conclusão foi dada, nenhum encaminhamento, nenhuma providência. Sempre que acontece um novo caso é tratado como inédito.
Outra coisa peculiar que li nas matérias é que a maioria das vítimas são mulheres, porque? Só se fala em substância tóxica não determinada. Mas porque só em mulheres? Porque os tais soropositivos atacavam só mulheres? Porque as substâncias químicas atingem mais mulheres?
Eu descartaria imediatamente produtos usados em limpeza, descartaria também uma possível indústria que estivesse liberando alguns gases tóxicos próximo das escolas, pois as vítimas são escolhidas e não existem tantas indústrias químicas espalhadas pelo país e ainda mais ao lado de escolas.
Não vou falar que a escola é um lugar “seguro”. Não vou dizer que o pai que deixa seu filho na escola volta pra casa tranquilo. Acho que qualquer pai já não deixa mais seu filho em lugar nenhum e sai tranquilo, seja no Brasil, em Angola, nos Estados Unidos ou no Japão. Infelizmente escolas não são mais sinónimo de segurança para nossos filhos.

terça-feira, 26 de julho de 2011

Tinha esquecido o detalhe da bagagem


Hoje ao chegar no aeroporto de Luanda às 5 da matina, para fazer check-in para um vôo que sairia às 7h, surpresa, vôo adiado para as 9h. Tudo bem, estamos aqui mesmo, já acordei mesmo, ou melhor não dormi.
Enfim, depois de 4h de espera! Embarque rumo à Saurimo, Lunda Sul para 3 dias de trabalho com lideranças religiosas, comunitárias, parteiras, etc. Porém, um pequeno detalhe que eu tinha esquecido, a bagagem... 

Retrospectiva 2010

Em setembro do ano passado, quando fui para São Tomé e Princípe voando TAAG, o vôo foi via Angola, e ao fazer o embarque para São Tomé, para minha surpresa, todas as malas estavam no chão, do lado de fora do avião para que cada passageiro identificasse a sua e pasmem, pegar e colocar num carrinho que, aí sim, seria colocado dentro do avião. Para minha total alegria minha bagagem não estava lá e melhor, todo o material da oficina que eu daria em STP no dia seguinte também não. Resumindo, fiquei 5 dias sem minhas coisas, e tive que comprar um vestido e um chinelo pra passar bem. 

Voltando a 2011

Hoje ao embarcar, lá estavam elas, as bagagens no chão, ao lado do avião...rs. E surpresa! Lá estava minha única malinha, cor de rosa choque total e absoluto...viva!  Parece insano nos dias de hoje isso acontecer, mas é real, real até em vôos internacionais operados pela Taag.

domingo, 24 de julho de 2011

A Pastoral da Criança e eu...

Minha relação com a Pastoral da Criança em Angola começou no dia 18 de junho, quando participei de uma reunião do grupo no Seminário Dom Bosco, no município de Sabizanga/Luanda. No encontro tive a oportunidade de conhecer várias mulheres, grande parte vendedoras ambulantes, algumas domésticas e poucas donas de casa. Me apaixonei pela intensidade do trabalho desenvolvido e resolvi ali que queria contribuir, mesmo que com pouco.
Então no último final de semana fui conhecer o trabalho mais de perto. No sábado a irmã Enedir me apanhou às 6 da matina (sono profundo, afinal sexta-feira é igual em toda parte do planeta). Fomos ao município de Cazenga, onde um grupo de 30 pessoas nos esperavam, sua maioria mães de família, haviam apenas 2 moças e 3 rapazes no grupo, o que já mostra que a juventude angolana está começando a querer participar das mudanças de sua comunidade.

O PRIMEIRO ENCONTRO
O encontro que começou às 8 da manhã, era para fazer uma avaliação da participação dos membros da Pastoral na última campanha de vacinação contra a pólio, realizada nos dias 8, 9 e 10 de Julho. Na oportunidade estavam presentes uma representante do Governo Provincial de Luanda e uma representante da OMS. O trabalho terminou às 2 da tarde, e sem água ou qualquer tipo de alimento, ninguém foi embora ou reclamou em algum momento. Fiquei lembrando dos treinamentos no Amazonas, que confusão. Sei que as condições dadas aqui não são as melhores, muito pelo contrário, mas o que me marca é que mesmo assim as pessoas participam com grande interesse e dedicação de um trabalho que é voluntário, pelo simples fato de querem melhorias para sua família e comunidade.
A MISSA
No domingo assisti a missa mais linda da minha vida, cantada em línguas nacionais…me emocionei do início ao fim. Uma igreja grande, com mais de mil fiéis, todos com roupas de missa. O coro puxava as músicas e a igreja toda continuava.  Os instrumentos usados eram um batuque (espécie de tambor) e um chocalho, além das palmas em ritmos variados e que ajudavam a compor o som mágico da missa. Nunca vi algo tão profundo, aquelas vozes cantando algo que não faço ideia do que seja me tocaram na alma.
No final da missa, quando todos saem da igreja, entram as crianças, é a celebração especial feita para elas. Acredito que tinham bem mais que duas mil crianças, numa gritaria e correria que nem muita reza daria conta.

O SEGUNDO ENCONTRO
Ainda no domingo, ao término da missa por volta das 9h (2h de missa), fomos para a casa das irmãs para um segundo encontro com os membros da Pastoral. Dessa vez elas iam me contar sobre seu trabalho…Indescritível os depoimentos, pena que não filmei. Mas não o fiz de propósito, queria que se sentissem a vontade, e assim o foi. Depoimentos simples e cheio de verdade, verdade de um povo sofrido, mas cheio de esperança. Este encontro foi até o meio dia. Dessa vez rolou bolachas e chá!
MEU COMPROMISSO
- Realizar uma oficina sobre comunicação em saúde e mobilização social nos dias 13 e 14 de agosto.
- Realizar encontros com rodas de conversa sobre diversos temas da saúde.
- Fazer um vídeo com depoimentos que mostrem o trabalho da Pastoral.
- Fazer um projeto para a construção de uma cozinha de alimentação e nutrição para que as mães da Pastoral possam ensinar outras mães como preparar multimistura, que vem salvando muitas vidas das crianças na comunidade.
- Apresentar o projecto no Brasil e tentar de alguma forma o patrocínio para construção da cozinha, pois o terreno já foi doado.

sexta-feira, 22 de julho de 2011

Roubado de alguém que roubou de alguém...

"Insistir naquilo que já não existe, é como calçar um sapato que não te cabe mais! Machuca, causa bolhas, chega a carne viva e sangra.

Então melhor é ficar descalça.

Deixar livre o coração, enquanto vive. Deixar livre os pés enquanto cresce,porque quando agente cresce o numero muda!”

sexta-feira, 15 de julho de 2011

Bate papo com motorista

Coisa melhor do mundo é bater papo com motorista, eles sabem de tudo, até do que não é para saber. Todos os dias pela manhã um motorista diferente vem me apanhar na Soleme, gust house onde estou hospedada. Alguns são mais falantes, puxam conversa e interagem. Outros são mais na deles, só respondem o que você perguntar.
Hoje vim com o motorista (no names), que normalmente não conversa muito, mas parece que sexta-feira - dia do homem aqui em Angola - ele resolveu bater papo. E o tema foi a inevitável situação do trânsito em Luanda, um caos. Enfim, conversa vai conversa vem, surgiu a figura do guarda de trânsito. Essa figura tem um papel importante aqui, controlar o trânsito. Esse é seu papel, agora se ele consegue fazer isso são outros 500.
O guarda de trânsito usa uma luvinha branca, daí perguntei ao motorista o porque das luvas, ao que me respondeu: Dona Camilla é porque quando eles pedem a documentação eles não podem tocar com as mãos sem luvas nos documentos, ou seja, se um guarda estiver sem luvas você pode não entregar os documentos, mesmo que tenha que resolver o ocorrido na delegacia. Vai entender.
Na continuação ao destino, vimos um guarda parando um carro e pegando os documentos. Daí o dono do carro entrega os documentos com alguma coisa dentro, o que será isso? Resposta, dinheiro. Como no Brasil, é comum aqui dar dinheiro para se livrar da multa. Só que aqui as coisas funcionam da seguinte maneira: o guarda recebe 10% do valor de cada multa, legal né?
Os guardas andam com um bloquinho para anotar as multas e uma tabela com os preços. Ao parar um motorista, mostra a tabela de preços e negocia: olha essa multa lhe custaria 30 mil Kwanzas (U$D300), se você me der os meus 10% te livro da multa. Bom negócio para os dois. Para ficar mais legal ainda, e claro, para não estimular a corrupção os guardas que voltam ao quartel com muito dinheiro no bolso é considerado “corrupto”. Mas aqueles que não chegam com muito dinheiro no bolso, mas com muitas multas no bloquinho, podem ser promovidos depois de um tempo. Ou seja, poucas multas, mas com dinheiro no bolso = corrupto com final de semana feliz; muitas multas = final de semana não “tão feliz” = promoção de cargo.
Por isso sou adepta de andar a pé e de vez enquanto, muito enquanto pego um táxi ou uma boleia (carona).

quinta-feira, 14 de julho de 2011

Provérbios para Camilla

No podemos cambiar nada en nuestra vida con meras intenciones, las que pueden convertirse en una esperanza ocasional y diluida de lo que queremos tener en el futuro.  La intención sin acción es inútil. –Caroline Myss.

Nos hacemos grandes por los sueños.  Todos los hombres grandes son soñadores… ven cosas en la suave neblina de un día de primavera o en el rojo fuego de una larga noche de invierno.  Algunos de nosotros dejamos morir estos grandes sueños, pero otros los alimentan y los protegen, los sostienen durante días malos hasta que puedan traerlos a la luz del sol, lo que siempre le habrá de pasar con aquellos que sinceramente esperan que sus sueños se tornen realidad. –Woodrow T. Wilson.

La mayoría de los hombres enfrentan el fracaso debido a su falta de perseverancia en crear nuevos planes para tomar el lugar de aquellos que han fracasado. –Napoleón Hill

La vida no consiste en hallarnos a nosotros mismos, sino en crearnos a nosotros mismos. –George Bernard Shaw.

No hay tal cosa como “no puedo”, tan sólo “no quiero”.  Si estamos calificados, todo lo que se requiere es un deseo ardiente de lograr hacer un cambio.  Vayamos hacia adelante, vayamos hacia atrás… ¡lo que se requiera!  Pero no podemos culpar a otra gente o a la sociedad en general.  Todo se origina en nuestra mente.
Cuando hacemos lo imposible nos damos cuenta que somos un pueblo especial. –Jan Ashford.
Todo amor es dulce, ya sea dado o recibido. –Percy Bysshe Shelley.

Tengamos cuidado con el ambiente que escogemos ya que nos formará; tengamos cuidado con los amigos que escogemos porque llegaremos a ser como ellos. –W. Clement Stone.

Nacimos para ganar, pero para ser un ganador necesitamos planear ganar, prepararnos para ganar y esperar ganar. –Zig Ziglar.

Un día nunca será más de lo que hagamos de él; ¡practiquemos ser “hacedores”! –Josh S. Hinds.
La acción es la gran restauradora y edificadora de la confianza; su falta no solo es el resultado sino la causa del temor.  Tal vez la acción que tomemos sea exitosa; tal vez acciones distintas y ajustes tengan que seguir, pero cualquier acción es mejor que ninguna. –Norman Vincent Peale.

La mitad de la vida es suerte; la otra mitad, disciplina… y esa es la mitad importante ya que sin disciplina, no sabríamos que hacer con la suerte. –Carl Zuckmeyer.

He decidido estar alegre y feliz sin importar la situación en que me encuentre ya que he aprendido que la mayor parte de nuestra tristeza y falta de felicidad son determinadas no por las circunstancias, sino por nuestra disposición. –Martha Washington.

Una gran vida nace en el alma, crece en la mente y es vivida desde el corazón. –Suzanne Zoglio.

Los buenos hábitos son tan fáciles de formar como los malos. –Tim McCarver.

Las carreteras de la vida están llenas de ardillas aplastadas que no pudieron decidirse. –Autor Desconocido.
El individuo que quiere alcanzar la cima en los negocios necesita valorar el poder de la fuerza del hábito y comprender que la práctica es la que lo crea.  Necesita ser rápido para romper esos hábitos que puedan quebrantarlo y apurarse a adoptar aquellas prácticas que se conviertan en hábitos que le ayuden a alcanzar el éxito que desea. –J. Paul Getty.

Mucha gente se pierde su porción de felicidad no porque nunca la haya encontrado, sino porque no se detuvo a disfrutara. –William Feather.

Rara vez experimentaremos remordimiento por algo que hayamos hecho.  Es lo que no hemos hecho lo que nos atormentará.  Por lo tanto el mensaje está claro: ¡actuemos!  Desarrollemos un aprecio por el momento presente, abracemos cada segundo de nuestra vida y disfrutémoslo.  Valoremos nuestros momentos presentes.  Si los utilizamos de alguna manera derrotista, les habremos perdido para siempre. –Wayne Dyer.
La seguridad es mayormente una superstición.  No existe en la naturaleza ni la experimentan los hijos de los hombres como un todo.  Evitar el peligro no es más seguro a largo plazo que la exposición directa a él.  La vida es una aventura en la que nos arriesgamos o no es nada. –Helen Keller.

El gran secreto de la vida es que no hay ningún secreto.  Cualquiera sea nuestra meta, podemos alcanzarla si estamos dispuestos a trabajar; eso se denomina acción masiva.  La acción es el combustible en el tanque.  Sin nosotros, el auto no se moverá. –Marcy Blochowiak; CEO y Directora de Mercadeo del Grupo Financias Mundiales.

Todos tenemos que comenzar con nosotros mismos.  Es tiempo de hacer lo que decimos.  Tomemos el camino de tomar decisiones muy difíciles.  Comencemos a quitar cosas de nuestra vida que no nos están satisfaciendo ni agregándole gozo. –Lisa Hammon

La persona interesada en el éxito tiene que aprender a ver el fracaso como una parte saludable e inevitable del proceso de alcanzar la cima. –Dr. Joyce Brothers.

Trabajemos duros, hagamos nuestro mejor esfuerzo, mantengamos nuestra palabra, nunca nos pensemos demasiado grandes para nuestros calzones, confiemos en Dios, no temamos y nunca olvidemos a un amigo. –Harry S. Truman.

Cuando todo lo que vemos son sombras, nunca vemos la luz. –Ron Shayka, suscriptor de AsAManThinketh

Fuente: http://www.asamanthinketh.net/

quarta-feira, 13 de julho de 2011

Filosofia? Não, prática!

Muda que quando a gente muda o mundo muda com a gente
A gente muda o mundo na mudança da mente
E quando a mente muda a gente anda pra frente
E quando a gente manda ninguém manda na gente!
Na mudança de atitude não há mal que não se mude nem doença sem cura
Na mudança de postura a gente fica mais seguro
Na mudança do presente a gente molda o futuro!

Até quando, Gabriel o Pensador

quinta-feira, 7 de julho de 2011

Mais uma vez saí ganhando...

Hoje parei para comprar um bubu (vestido típido africano, que na verdade foi feito na China...rs) e me deparei com essa imagem mais que maravilhosa de uma menininha dormindo atrás de sua mãe. Já declarei aqui em postagens de quando fui à São Tomé que amooo de paixão a forma como as mães africanas carregam seus bêbes nas costas amarrados com um pano. Então aí vai mais uma foto para lembrar essa linda imagem. Detalhe, comprei dois bubus e ganhei uma meia pra aquecer meu pé do frio :)

sexta-feira, 1 de julho de 2011

Meu sonho realizado

Hoje faz exatamente um mês que saí de Manaus, para realizar um dos grandes sonhos da minha vida, ser voluntária na África. Há 9 anos atrás, quando saí da universidade já sabia que queria fazer isso e, orientada por um amigo da família, trabalhei para adquirir experiência, estudei línguas e corri atrás do meu sonho.
Sonhos, parece uma palavra muito abstrata, mas para mim sempre foi tão forte, tão real, nunca desisti dos meus, pelo menos não me lembro de ter desistido. Segui em frente, em alguns momentos parecia tudo tão fácil, em outros, quase impossível. Ao longo desses 9 anos tive que abrir mão de muitas coisas e pessoas, tomar decisões difíceis para crescer profissionalmente e tentar realizar meus sonhos.
Amigos, amores, lugares, sentimentos e uma história em cada lugar. Medo de perder meu referencial, medo de perder os amigos de verdade. Na verdade o medo era de não conseguir. A pergunta sempre foi, qual o caminho certo a seguir? Pois bem, aqui estou, e confesso que realmente não foi fácil estar aqui. Ainda não sei o que vai acontecer ao certo depois daqui, só sei que estou aqui.
Apesar de algumas coisas já estarem sendo reveladas para mim, muitas ainda estão por se tornarem reais, ainda não quero acordar. Prefiro viver esse sonho intensamente, aproveitar cada momento de alegria ou tristeza. É a aventura de ser voluntária não é tão fácil, nem sempre traz apenas bons resultados, enfrentamos o desconhecido do novo e do que deixamos em algum lugar.
Avaliando este um mês, digo que vivi experiências das mais diversas e intensas, conheci pessoas fantásticas e outras nem tanto assim. Mesmo aqui, ainda me sinto ansiosa por fazer mais, por viver esta oportunidade que Deus me deu e que não vou permitir que nada nem ninguém diga que não tenho o direito de viver. Obrigada meu Deus por atender minhas preces e permitir que eu esteja aqui. Agradeço por confiar em mim nesse momento e obrigada por me fazer entender que existem momentos na vida que sua escolha não é egoísmo, mas sim a concretização de um sonho.
Obrigada aos meus amigos que me dão tanta força e estímulo. Agradeço minha família que incondicionalmente sabe o que significa pra mim ser voluntária. Admiro todos aqueles que lutam por seus sonhos. SE VOCÊ TEM UM SONHO, NÃO DESISTA NUNCA, E NÃO PERMITA QUE NINGUÉM DIGA QUE NÃO É POSSÍVEL.

sexta-feira, 17 de junho de 2011

Japão: Lição de vida para o Ocidente

DEZ COISAS A SEREM APRENDIDAS COM O JAPÃO
 
1 – A CALMA
Nenhuma imagem de gente se lamentando, gritando e reclamando que “havia perdido tudo”. A tristeza por si só já bastava.
 
2 – A DIGNIDADE
Filas disciplinadas para água e comida. Nenhuma palavra dura e nenhum gesto de desagravo.
 
3 – A HABILIDADE
Arquitetos fantásticos, por exemplo. Os prédios balançaram, mas não caíram.
 
4 – A SOLIDARIEDADE
As pessoas compravam somente o que realmente necessitavam no momento. Assim todos poderiam comprar alguma coisa.
 
5 – A ORDEM
Nenhum saque a lojas. Sem buzinaço e tráfego pesado nas estradas. Apenas compreensão.
 
6 – O SACRIFÍCIO
Cinquenta trabalhadores ficaram para bombear água do mar para os reatores da usina de Fukushima. Como poderão ser recompensados?
 
7 – A TERNURA
Os restaurantes cortaram pela metade seus preços. Caixas eletrônicos deixados sem qualquer tipo de vigilância. Os fortes cuidavam dos fracos.
 
8 – O TREINAMENTO
Velhos e jovens, todos sabiam o que fazer e fizeram exatamente o que lhes foi ensinado.
 
9 – A IMPRENSA
Mostraram enorme discrição nos boletins de notícias. Nada de reportagens sensacionalistas com repórteres imbecis. Apenas calmas reportagens dos fatos.
 
10 – A CONSCIÊNCIA
Quando a energia acabava em uma loja, as pessoas recolocavam as mercadorias nas prateleiras e saiam calmamente.
 
OBS:. Depois de receber as informações acima de uma amiga, fiquei pensando se seriam verídicas. À noite, enquanto internetava, vi uma matéria no jornal sobre idosos japoneses que se ofereceram para trabalhar no lugar dos mais jovens na recuperação da usina de Fukushima. É hora de preservar a saúde dos mais jovens, disse um dos senhores. Concluí duas coisas: 1. Realmente é de se admirar a lição dada por estes bravos orientais; 2. Graças a Deus seguirei acreditando que as possibilidades existem, e que, apesar das loucuras que vemos a cada dia no mundo é possível acreditar em pessoas de bem e que pensam não somente em si, mas no bem da humanidade.